O início de tudo aconteceu em 1754, quando Martinès de Pasqually [teósofo do século XVIII - (1710-1774)] criou a Ordem Iniciática dos Elus-Cohen. A base do trabalho iniciático era a reintegração do homem mediante a prática teúrgica. Essa Teurgia, em última instância, apoiava-se no relacionamento do homem com as hierarquias angélicas, única via, segundo Pasqually, para sua reconciliação com a Divindade. O Martinismo, contudo, não é uma extensão da Ordem dos Elus-Cohen, e com o falecimento de Pasqually, em 1774, seus ensinamentos tomaram caminhos distintos. Dois discípulos de Pasqually sobressaíram-se e impuseram orientações esotéricas específicas para o pensamento original de seu Mestre: Jean-Baptiste Willermoz (1730-1824) e Louis-Claude de Saint-Martin (1743-1803) conhecido sob o Nome Iniciático de Phil … Inc … (PHILOSOPHE INCONNU).
Willermoz, adepto da Franco-Maçonaria e da teurgia, apesar de não ter transmitido àquela Agremiação as práticas teúrgicas dos Elus-Cohen, fez com que, em 1782, os ensinamentos de Martinès de Pasqually fossem incorporados aos graus de Professo e de Grande Professo da aludida Fraternidade.
Já Louis-Claude de Saint-Martin renunciou à Teurgia - senda externa - em proveito da senda interna. Considerava a teurgia perigosa e temerária. Reputava, outrossim, arriscada a invocação angelical quando operada pela via externa. O caminho era o interior. Saint-Martin desejava: entrar no coração da Divindade e fazer a Divindade entrar em seu coração.
Já Louis-Claude de Saint-Martin renunciou à Teurgia - senda externa - em proveito da senda interna. Considerava a teurgia perigosa e temerária. Reputava, outrossim, arriscada a invocação angelical quando operada pela via externa. O caminho era o interior. Saint-Martin desejava: entrar no coração da Divindade e fazer a Divindade entrar em seu coração.
A iniciação transmitida por Saint-Martin perpetuou-se até o final do século XIX. Mas não foi ele próprio o fundador de uma associação com o nome de Ordem Martinista. Havia, entretanto, uma Sociedade dos Íntimos (Círculo Íntimo) formada de discípulos que recebiam a iniciação diretamente de L.C. de Saint-Martin. No final do século XIX, dois homens eram os depositários desse conhecimento e dessa iniciação: Gérard Encausse e Pierre-Augustin Chaboseau. Foram esses dois homens, Gérard Encausse, mais conhecido como PAPUS, e Augustin Chaboseau que, em 1888, decidiram transmitir a Iniciação de que eram depositários a alguns buscadores da verdade e fundaram a ORDEM MARTINISTA. É a partir dessa época que se pode efetivamente falar em uma Confraternidade Martinista.
Em 1891 a Ordem Martinista foi dotada de um Conselho Supremo, e Papus foi escolhido Grande Mestre da Ordem. O coração do Martinismo fixou-se em Paris, e, imediatamente, foram criadas quatro Lojas: Esfinge, Hermanubis, Velleda e Sphinge. Cada uma com características específicas, mas todas fiéis ao pensamento de seu inspirador: Louis-Claude de Saint-Martin – o FILÓSOFO DESCONHECIDO.
A Ordem, com o tempo, expandiu-se também no estrangeiro, e foram instaladas diversas heptadas na Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália, Egito, Tunísia, Estados Unidos, Argentina, Guatemala e Colômbia. Não há registros, s.m.j., do funcionamento da Ordem, naquela época, nem em Portugal, nem no Brasil.Com o advento da Primeira Guerra Mundial a Ordem Martinista entrou em dormência. Papus transferiu-se voluntariamente para o front (para servir como médico), vindo a falecer antes do fim do conflito, em 25 de Outubro de 1916. Com a transição de Papus, a Ordem passou por dificuldades e quase desapareceu. Foi exatamente em 24 de Julho de 1931 que os martinistas autênticos, no intuito de distinguir a Ordem de movimentos pseudomartinistas (inautênticos), reuniram-se em torno de Augustin Chaboseau e acrescentam à denominação da Ordem o qualificativo TRADICIONAL.
Nova prova para os martinistas: a Segunda Grande Guerra. A Ordem entra praticamente em nova dormência, pois no dia 14 de Agosto de 1940 o jornal oficial publicou um Decreto do Governo de Vichy proibindo na França o funcionamento de todas as organizações secretas. Todavia, duas Lojas continuavam a operar incógnita e silentemente: Athanor e Brocéliande. A Gestapo não dava sossego às organizações iniciáticas. E alguns iniciados, não apenas da TOM, foram martirizados e mortos nos porões do nacional-socialismo pelos títeres nazistas.
1945: término das hostilidades. Augustin Chaboseau ( Sâr Augustus), incansavelmente, reativou a Ordem pela última vez, pois veio a falecer em 2 de Janeiro de 1946. Na Europa, com a morte de Chaboseau, o movimento martinista passou mais uma vez por grandes dificuldades. Sua sustentação deveu-se a Ralph M. Lewis (Sâr Validivar), então Imperator da Ordem Rosacruz e Grande Mestre Regional da Tradicional Ordem Martinista que, com seu incansável trabalho e acurado senso de organização, sedimentou a agremiação na Europa. Foi eleito Soberano Grande Mestre da Ordem e dirigiu-a por 48 anos até o momento de sua Grande Iniciação, em 12 de Janeiro de 1987.
1945: término das hostilidades. Augustin Chaboseau ( Sâr Augustus), incansavelmente, reativou a Ordem pela última vez, pois veio a falecer em 2 de Janeiro de 1946. Na Europa, com a morte de Chaboseau, o movimento martinista passou mais uma vez por grandes dificuldades. Sua sustentação deveu-se a Ralph M. Lewis (Sâr Validivar), então Imperator da Ordem Rosacruz e Grande Mestre Regional da Tradicional Ordem Martinista que, com seu incansável trabalho e acurado senso de organização, sedimentou a agremiação na Europa. Foi eleito Soberano Grande Mestre da Ordem e dirigiu-a por 48 anos até o momento de sua Grande Iniciação, em 12 de Janeiro de 1987.
Hoje, a Tradicional Ordem Martinista é dirigida universalmente por Christian Bernard, também Imperator da Ordem Rosacruz - AMORC. Presentemente, a TOM está instalada também no Brasil.
Apesar de todas as adversidades, a Tradicional Ordem Martinista sempre conseguiu manter e transmitir sua Luz ao longo do tempo. Os martinistas - Servidores Incógnitos - sabem e concordam com Victor Hugo quando afirmou: A revolução muda tudo, menos o coração do homem. Por isso, como preconizou Saint-Martin, não é no exterior que se deve produzir a mudança, mas sim no coração de cada homem. É esse conceito que os martinistas denominaram (e denominam) de SENDA CARDÍACA.
pax profundis¨.
ResponderExcluirMaravilha. Saudações
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