O martinismo é um caminho da Vontade. Entre o Destino, por vezes cego, e a divina Providência, é preciso então escolher. Para o martinista, tornar-se um Homem de Desejo é empreender a reconstrução de seu Templo interior. Para edificar esse Templo eterno, ele se apoia em dois pilares: o da iniciação e o dos ensinamentos martinistas. A iniciação marca efetivamente o começo de seu grande trabalho, pois é o momento em que ele recebe a semente de luz que constitui o alicerce de sua obra. Cabe-lhe em seguida trabalhar para manifestar e irradiar essa luz. As iniciações martinistas constituem um momento privilegiado, no reencontro de um Homem de Desejo com o seu Iniciador. Só podem ser conferidas num Templo e na presença conjunta e efetiva daquele que outorga e daquele que recebe.
Para os martinistas as iniciações humanas, embora sejam um preliminar indispensável, são apenas “representações” terrenas de uma transformação maior. Só se tornam efetivas quando recebemos a iniciação central. Esta, segundo Saint-Martin, é aquela pela qual podemos entrar no coração de Deus e fazer entrar o coração de Deus em nós, para aí fazer um casamento indissolúvel... Não há outro mistério para se chegar a essa iniciação sagrada que o de mergulharmos cada vez mais nas profundezas do nosso ser e de não deixarmos escapar a vivificadora raiz, para que não corramos o risco de extirpá-la; graças a isso, então, todos os frutos que deveremos gerar, segundo nossa espécie, haverão de se produzir naturalmente em nós e fora de nós.
- Tradicional Ordem Martinista - TOM
- Ordem martinista sinárquica - OMS
- Martinist Order of Unknown Philosophers - MOUP
- Ordem Martinista dos Elus Cohens - OMEC
- Ordem martinista (de Papus) - OMP
- Ordem Martinista Sufi - OMSF
- Ordem Martinista do Brasil
- Ordem Martinista Britânica - OMB
- Ordem Martinista Operativa - OMO
“Verdade
Eterna, Tu me cercas com Teus raios, mas as sombras escuras de minha
alma elevam-se sem cessar e me impedem de dirigir os olhos para Ti.
Todos os dias, às tardes, e à Meia-noite, às manhãs e ao
meio-dia, Te invoco com ardor. Meus esforços são vãos e inúteis.
O espesso véu de minhas afeições materiais afastam minha vista da
Tua Luz. As imagens dos objetos aos quais entreguei mês sentidos
colocam-se entre Tua ação benfeitora e os débeis esforços de
minha vontade. Elas me apartam do caminho e me levam pelo das ilusões
enganadoras. Tu me escapas e perco a esperança de chegar a Ti.
Oh
verdade, sem a qual meu ser não é nada, nunca deixarei de Te
invocar. Até que tenhas escutado meu desejo, meus desejos serão
minha única existência. Escuta minha voz, vem ao socorro daquele
que Te chama com tanto ardor. Renuncio aos objetos sensíveis; é a
Ti somente que quero amar e sempre contemplar como minha única vida.
Pois Tu és a vida do homem, e sei, com clareza, que meu destino é
viver para sempre em Ti e por Ti.
Então,
onde posso encontrar a ciência e a sabedoria? Passei dias e noites
na busca e nas meditações e contudo, pergunto-me onde está
escondida. O homem está muito distante de de conhecê-la e de saber
seu preço.
Não
está nas profundezas do mar, nem nas profundidades da terra. Onde
está, então, essa sabedoria e inteligência? Onde poderei
encontrá-la?
Consultei
a todos os seres vivos; ninguém ainda a percebeu, e vi que não a
possuem... Somente Deus conhece o caminho que conduz a ela; apenas
Ele sabe onde ela está.
Quando
Ele deu as leis a todos os seres, quando submeteu às suas ordens os
ventos e as tormentas, e quando dirigiu o relâmpago dentro da rota
que lhe foi imposta, a frente estava a sabedoria. Então disse ao
homem: Não encontrarás a ciência nem a inteligência, senão no
temor a Deus”.
Jean-Baptiste
Willermoz